Tik Tok como ferramenta de criação coletiva

por Debora Heitor L. Teixeira

Com o passar dos anos o que Walter Benjamin escreveu vem se mostrando cada vez mais real, a linha entre autor e público se tornou tênue com o tempo. Benjamin se referia a literatura, mas podemos trazer para outros âmbitos como a produção audiovisual a partir do surgimento da internet que conhecemos hoje. Com isso em mente faremos uma análise da utilização do aplicativo Tik Tok como ferramenta de criação de conteúdo e como trabalhos coletivos estão surgindo disso. Proponho então que voltemos lá trás, mais especificamente no começo da chamada Web 2.0, para assim entendermos o que permitiu a criação desse aplicativo, e mais ainda, porque fez sucesso e se tornou a maior febre da atualidade. O Tik Tok encerrou o ano de 2020 sendo o aplicativo mais baixado nas lojas para IOS e Android e conta com aproximadamente 800 milhões de usuários ativos, sendo que 75% deles acessam diariamente.

A tecnologia tem sido desenvolvida para gerar novas formas de comunicação e aproximação, desde o analógico até as redes sociais que utilizamos nos dias atuais. Yuk Hui em sua análise de Simondon afirma que se há uma ecologia no trabalho dele, Simondon entende a tecnologia como modo de reticulação e o progresso desta como constante forma de transformação de forma de reticulação. Em outras palavras, a tecnologia gera uma conexão entre as pessoas e o seu desenvolvimento modifica como isso ocorre.  Podemos pensar na internet como uma grande rede, conectando dados e pessoas em todo lugar, ela vai se aumentando a medida que novas informações vão sendo postas e modernizando junto com as necessidades daqueles que usam-na.

Desenvolvimento da web 2.0 

Na década de 90 surge a World Wide Web (Web), que somada a diminuição de custos de acesso a internet na época, populariza a Internet dentre o público comum. Esse primeiro instante recebe o título de Web 1.0, simples, direta, focada em facilitar o acesso e ser um importante meio de comunicação. Muito inerte, as informações eram postadas por administradores e o usuário era apenas um espectador, sem autonomia sob as plataformas. Apesar do enorme leque de informação, a Web 1.0 foi marcada pelo elitismo, restringindo o acesso àqueles que conseguiam pagar por ele. 

A partir de então a exigência do público aumentou, os aparelhos se tornaram mais rápidos, a banda larga mais potente e com o tempo a Web assumiu uma posição mais interativa. Em 1999, Darcy Dinucci publicou o artigo “Fragmented Future”, nele ela especulou o cenário dos próximos anos em relação a internet e deu a essa nova fase o título de Web 2.0 (também cunha o termo Web 1.0 nesse mesmo texto). Alguns anos depois em uma conferência de brainstorming Timothy O’Reilly em parceria com outros colegas definiu as características da Web 2.0, sobre a qual ele comenta: 

[…] a Web 2.0 é a mudança para uma Internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva (O’REILLY, 2005, online). 

Hoje quase todo mundo possui um celular com acesso à internet, e eles são extremamente velozes, possuem uma memória interna maior que alguns desktops e notebooks e acesso à tantas plataformas que tomou o lugar de muitas outras tecnologias, como calculadoras, Mp3 e até mesmo os relógios. Temos o mundo em nossas mãos, literalmente. Os celulares fazem parte da nossa vida de muitas outras formas além da sua função inicial de ligação.  E é para esse aparelho que o Tik Tok foi desenvolvido, apesar de existir também para navegador o seu funcionamento é voltado para o aplicativo.

O Tik Tok

A história do desenvolvimento do aplicativo Tik Tok começou lá em 2014, mais especificamente em Shanghai com o lançamento do App Musical.ly. O aplicativo explodiu em todo o mundo com uma interface simples e a proposta de pequenos vídeos de dublagens. Dois anos depois a empresa chinesa Byte Tech inspirada nesse sucesso lançou o aplicativo Douyin, que em menos de um ano atingiu 100 milhões de usuários na China e Tailândia. Essa mesma empresa decidiu então criar uma nova marca e expandir mundialmente, assim comprou o app Musical.ly e juntando a ideia dos dois aplicativos criou o Tik Tok. 

A premissa do Tik Tok é um encontro do Snapchat com o Vine, vídeos de no máximo 60 segundos, abordando qualquer tema contanto que siga as diretrizes do app. Seguiu os passos do que lhe deu origem e fez sucesso com as dublagens, mas com o tempo as pessoas foram ficando mais à vontade na rede social e começaram a dançar, ensinar receitas e até falar da sua vida privada. Hoje a plataforma possui uma imensidão de conteúdo e milhares de vídeos postados por dia.  O Tik Tok é um grande banco de dados composto por imagens pobres e temas ricos. Não há nada que não possa ser encontrado com uma simples pesquisa na plataforma.

O Tik Tok é o retrato da geração que domina em números de usuários, a Z. Jovens que já nasceram no meio da tecnologia e são conhecidos pela praticidade, o pensamento acelerado e pela capacidade de fazer 20 coisas ao mesmo tempo, porém a impaciência e a aversão a regras também fazem parte dessa lista. Eles são chamados também de Geração Net (TAPSCOTT, 2009). Portanto o app não poderia ser muito diferente, a interface é simples, os vídeos curtos, conta com as hashtags para facilitar nas buscas, e um leque imenso de opções de filtros e áudios, além de ferramentas básicas de edição. 

@be.easy.shoshi

gen z has evolved @nevaehwarton the transition god

♬ original sound – girl with the possum tattoo🦏

Vale comentar que por ser um app chinês já sofreu ameaças de bloqueio pelo governo dos Estados Unidos, tendo sido visto como uma ameaça à segurança nacional. Já na Índia e Bangladesh não ficou somente na ameaça e o aplicativo foi banido de vez sob acusações de conter pornografia e conteúdo impróprio, apesar da Byte Tech  ter recorrido, a justiça optou pelo bloqueio. Fora isso, o aplicativo ficou muito estigmatizado como bobo, afastando muito do público mais adulto e sendo assim como dito anteriormente dominado pela Geração Z. 

O funcionamento deste app é bem diferente de outras redes sociais, não se trata tanto de seguir amigos e familiares. Quando abrimos o Tik Tok já somos colocados diretamente na página “Para Você”, assistimos ali o primeiro vídeo e ao rolar para baixo já vemos o segundo. O conteúdo é gerado aleatoriamente, o que faz com o que o espectador não escolha o que irá assistir, como faz no Youtube, e essa área não é composta só por quem você segue, como é no Instagram. A segunda opção de feed é o “Seguindo” e aí sim estão concentrados os vídeos somente de quem você acompanha.

O objetivo de quem produz para o Tik Tok é aparecer na “Para Você”, pois significa que o vídeo está sendo conivente com o que está fazendo sucesso no plataforma. A melhor forma de fazer isso é utilizando os áudios que estão viralizando, colocando as hashtags do momento e provavelmente seguindo alguma das correntes que foram criadas recentemente. Essa é a receita para o sucesso, e as milhares visualizações em questão de horas. Os usuários já conseguem receber dinheiro pelas curtidas e até mesmo patrocínio de algumas marcas.  

Exemplo da interface do aplicativo, nele podemos ver a parte de escolha de filtros e áudio. Direito de imagem reservado à <Tik Tok – Creation Screenshots | UI Sources>

O algoritmo 

Toda a experiência do Tik Tok está apoiada no usuário “treinar” o sistema para mostrar seus tópicos de interesse. Ou seja, o app se escora em um bom funcionamento de seu algoritmo. Voltando à citação de O’Reilly, uma das características da Web 2.0 é a sua capacidade de “aprender” e a isso chamaram de algoritmo. Como definido no dicionário, é uma sequência de regras que têm como objetivo solucionar um problema. Ao aplicarmos à internet o funcionamento é um pouco diferente, trata-se de um conjunto de dados coletados à medida que um aplicativo ou site é usado e através desses dados desenvolve uma experiência completamente personalizada. 

O algoritmo do Tik Tok têm algumas características interessantes, ele usa os dados de interação do usuário (comentários, curtidas e as contas que segue), as informações do vídeo (legenda, hashtags e áudios) e também as formatações do aparelho de celular (língua de preferência, país de origem e sistema do aparelho). Além disso, o sistema foi desenvolvido para quebrar padrões de repetição – não deixando o mesmo áudio aparecer duas vezes seguidas – e diversificar a página do “Para Você” – oferecendo assim conteúdos diferenciados com certa frequência para saber se o usuário se interessa. 

Criação coletiva

Durante a pandemia da COVID-19 as pessoas ao redor do mundo inteiro tiveram que abrir mão de suas rotinas e ficar em casa. Isso levou muitos a buscarem novos hobbies e entretenimento, nesse cenário o Tik Tok cresceu imensamente. Contando com algumas ferramentas – duetar e costurar – as correntes começaram a fazer sucesso, nelas as pessoas compartilham um vídeo em resposta ao de outro usuário ou adicionando algo à um conteúdo postado. 

Fazendo uso dessas ferramentas surgiu uma corrente onde as pessoas ensinavam receitas ao som de “Le Festin”, trilha sonora do filme Ratatouille. Não demorou e a música foi transformada em uma paródia com palavras contadas completamente erradas e a corrente continuou a aumentar seu sucesso. Vendo toda essa repercussão Emily Jacobsen, uma usuária, publicou uma pequena ode à Remy, o personagem principal do filme, o vídeo tem somente 16 segundos mas foi suficiente para o vídeo bater mais de 1 milhão de visualizações. 

A pequena brincadeira de Emily se tornou viral e dois meses depois de seu lançamento recebeu um remix de Daniel Mertzlufft, outro usuário do Tik Tok, onde ele transforma a pequena música em um final de musical, adicionando até mesmo partes da orquestra de O Corcunda de Notre Dame. A partir daí o aplicativo foi a loucura com a possibilidade de criar um musical, do zero, e trazê-lo à vida nos palcos da Broadway. Dançarinos começaram a duetar o vídeo com coreografias, estilistas desenharam figurinos, produtores se ofereceram para ajudar na montagem e outras músicas foram escritas para uma trilha sonora. 

Diante de tudo isso a produtora original do filme, a Disney, entrou na brincadeira e postou um vídeo do ator Milo Manheim fazendo uma audição para participar do projeto. Em dezembro de 2020 então foi anunciado pela produtora Seaview Productions que seria lançada uma versão gravada do musical, com a participação de todos os criadores originais e diversos atores e dançarinos profissionais, contando inclusive com a presença do cantor Adam Lambert. O musical foi lançado no dia 1 de janeiro de 2021 e arrecadou cerca de 1,9 milhões de dólares, que foram doados para uma organização de caridade que apoia cerca de 17.000 atores e trabalhadores de bastidor.  

Esse não foi um caso isolado e mais recentemente irrompeu em meio ao Tik Tok a criação do musical de Bridgerton, uma série criada por Shonda Rhimes inspirada na obra literária de Julia Quinn. Em meio à euforia do lançamento da série pela Netflix, a jovem de 19 anos Abigail Barlow publicou um vídeo com uma pequena música autoral partindo do ponto de vista de Daphne, a protagonista de Bridgerton. Pouco tempo depois postou um trecho de “Burn for You”, um dueto que ela escreveu pelo ponto de vista do casal principal da série, e os usuários do Tik Tok foram à loucura. 

@abigailbarlowww

I’m pitchy but I’m having too much fun writing this ✨ #IsThisAvailable #fyp

♬ original sound – Abigail Barlow

Dentro de algumas horas começaram a surgir duetos de outros usuários cantando o dueto junto com Barlow, e o mesmo processo do musical de Ratatouille aconteceu. Depois do grande sucesso Abigail convocou sua amiga Emily Bear, 19 anos, para ajudá-la nas composições, juntas já publicaram mais de 10 músicas para o projeto. Uma gigante onda de artistas começaram a postar suas contribuições para o projeto. Alguns meses se passaram e a Netflix está em contato com Barlow para desenvolver melhor o projeto e sabe-se lá o que vem pela frente. Mas até algo oficial surgir podemos nos contentar com centenas de vídeos no Tik Tok. 

@elchoreography

QUEEN’S VIDEO OUT ON SATURDAY! Love telling this story thru dance! @abigailbarlowww @emilythebear #bridgertonmusical #bridgerton #bridgertok #dancers

♬ original sound – Abigail Barlow

O detalhe mais importante nesses dois exemplos é de que ninguém envolvido na criação desses musicais se conhecia previamente. Tudo não passava de uma brincadeira, uma distração, os dois vídeos que deram origem a toda essa onda foram postados para o entretenimento de suas criadoras e talvez de alguns poucos usuários. Porém ao ser exposto a uma rede tão grande foram sendo transformados, reeditados e se tornaram uma bola de neve. E vale ressaltar que esses são apenas dois exemplos das diversas correntes que surgem por lá todos os dias.

Dessa interação nas redes já surgiram diversas músicas novas, muitos artistas ganharam visibilidade ao viralizarem no Tik Tok e o aplicativo também é responsável por desenvolver o interesse na dança em pessoas que nunca nem pensaram em dançar. Pequenas marcas cresceram através de vídeos mostrando a produção e a embalagem dos produtos e assuntos sérios foram tratados com naturalidade e bom humor. A plataforma abriu portas e criou uma rede de apoio enorme para aqueles que estavam presos dentro de casa. Além de abrir um canal de diálogo para várias pessoas sobre temas como acessibilidade e aceitação.

Conclusão

Nem tudo é perfeito entretanto, ao mesmo tempo que essa migração para os meios online durante a pandemia mantiveram as pessoas seguras, precisamos pensar no depois. Se esses artistas estão ocupando o meio digital, que outros espaços eles deixarão de ocupar?  Citando Tesla Coutinho Andrade: 

[…] As tecnologias de comunicação tanto aproximam como isolam os seres humanos dentro de seus próprios vazios. O que o objeto técnico tem de elementar, no entanto, é seu encontro no ser humano. Desse encontro nasce invariavelmente uma cristalização. Um novo ser, menos aberto à indeterminação. O ser das lentes passa a ver através delas e se fecha para a multiplicidade ao seu redor. (ANDRADE, 2020)

Essa não é uma preocupação nova, em 1997 Paul Virilio já estava apontando como a realidade virtual abre mão do aqui em função do agora, em suas palavras “Isso acarreta uma ameaça considerável de perda do outro, o declínio da presença física para o benefício de uma presença imaterial e fantasmagórica” . Não podemos prever o que ocorrerá nos próximos anos, mas cabe a nós nos policiarmos em relação ao consumo demasiado da internet e o abandono dos espaços coletivos e da arte no mundo real. 

Bibliografia

BENJAMIN, W. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. Porto Alegre: L&PM, 2017. p. 82.

HUI, Yuk. “Sobre a Cosmotécnica: Por uma Relação Renovada entre Tecnologia e Natureza no Antropoceno” A Máquina Aberta: A Mentalidade Técnica de Gilbert Simondon. Traduzido por Thiago Novaes.

DINUCCI, Darcy. “Fragmented Future.” Print Magazine [Nova York], 1999, pp. 221-222, <fragmented_future.pdf (darcyd.com)> Acessado em 10 de Fevereiro de 2021.

O’REILLY, Timothy. “What Is Web 2.0.” 2005. O’REILLY, <What Is Web 2.0 – O’Reilly Media > Acessado em 02 de Fevereiro de 2021.

STEYERL, Hito. “In Defense Of Poor Image.” e-flux, vol. #10, 2010, <In Defense of the Poor Image – Journal #10 November 2009 – e-flux (e-flux.com)>. Acessado em 02 de Fevereiro de 2021.

TAPSCOTT, Don. Entrevista ao Jornal Folha de São Paulo. Estudioso da web analisa “geração digital” que elegeu Obama. < Estudioso da web analisa &quot;geração digital&quot; que elegeu Obama – 26/01/2009 – Tec – Folha de S.Paulo (uol.com.br) > Acessado em 05 de Fevereiro de 2021

FABRO, Clara. “TikTok ultrapassa WhatsApp e é o aplicativo mais baixado de 2020.” TechTudo, 13/12/2020, < TikTok ultrapassa WhatsApp e é o aplicativo mais baixado de 2020 | Apps | TechTudo>Acessado em 03 de Fevereiro de 2021.

FERREIRA, Pedro P. “Reticulações: ação-rede em Latour e Simondon.” Revista ECO PÓS, vol. 20, 2017, pp. 104-135, <7900 (ufrj.br)> Acessado em 03 de Fevereiro de 2021.

ANDRADE, Tesla C. “TECNICIDADE E TRANSINDIVIDUALIDADE: OS SENTIDOS DA MEMÓRIA NO SÉCULO XXI E OS MODOS DE COEXISTÊNCIA E CONSTITUIÇÃO DE MUNDOS.” Maio/2020, pp. 70/164-179/192-200, <Tese 124.pdf (memoriasocial.pro.br) >Acessado em 02 de Fevereiro de 2021.

NASCIMENTO, Tacila G., and Patrícia L. QUINTÃO. “FERRAMENTAS DA WEB 2.0 PARA A GESTÃO DO CONHECIMENTO EM UM AMBIENTE ORGANIZACIONAL.” Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery, vol. 10, no. JAN/JUN 2011 < Microsoft Word – artigo_final_140611 (granbery.edu.br)> Acessado em 05 de Fevereiro de 2021.

KÄMPF, Cristiane. “A geração Z e o papel das tecnologias digitais na construção do pensamento.” ComCiência [Campinas], no. 131, 2011, <reportagem (scielo.br)> Acessado em 06 de Fevereiro de 2021.

Site Oficial Ratatouille: The TikTok Musical <Ratatouille: The TikTok Musical | Actors Fund>

“How TikTok recommends videos #ForYou.” TikTok, 18 /06/ 2020. < How TikTok recommends videos #ForYou | TikTok Newsroom> Acessado em 05 de Fevereiro de 2021.

MOYNIHAN, Caitlin. “Bridgerton Gets the Musical Treatment Thanks to This TikTok Star.” BroadwayBuzz, 14/ 01/ 2021, <Bridgerton Gets the Musical Treatment Thanks to This TikTok Star | Broadway Buzz | Broadway.com> Acessado em 06 de Fevereiro de 2021

TIDY, Joe, and Sophia S. Galer. “TikTok: The story of a social media giant.” BBC News, 05 /08/ 2020. < TikTok: The story of a social media giant – BBC News > Acessado em 07 de Fevereiro de 2021.

VIRILIO, Paul. El Cibermundo, la política de lo peor. Translated by Mónica Poole, Madrid, Cátedra, 1997. pp. 46-47.

TORRES, Alexis P. “La Estetica De La Desaparicion Y La Ciudad En Paul Virilio.” Utopía y praxis latinoamericana, vol. 6, no. 15, Dezembro de 2001, pp. 100-107, <https://produccioncientificaluz.org/index.php/utopia/article/view/2591&gt;. Acessado em 08 de Fevereiro de 2021.

Deixe um comentário